Curvas de dose-resposta comparativas entre os biótipos resistente e suscetÃvel de capim-amargoso (Digitaria insularis) ao herbicida glyphosate
Resumo
A utilização frequente do glyphosate em sistemas de produção da cultura do citros tem selecionado no Brasil populações resistentes de capim-amargoso (Digitaria insularis) a este herbicida, sendo importante caracterizar os nÃveis desta resistência para fundamentação de recomendações de medidas racionais de manejo. Sendo assim, foi conduzido um ensaio para elaboração de curvas de dose-resposta comparativa entre dois biótipos da planta daninha capim-amargoso, um resistente (R) e outro suscetÃvel (S) ao herbicida glyphosate. O ensaio foi conduzido em casa-de-vegetação no perÃodo de fevereiro a maio de 2012, com cinco doses, do herbicida glyphosate, tendo como base a dose recomendada do herbicida, 900 g e.a. ha-1 (0,0; 450; 900; 1.800; 3.600 e 7.200 g e.a. ha-1), e a planta daninha com 3 a 4 perfilhos no momento da aplicação. Avaliou-se porcentagem de redução da biomassa seca em relação a dose 0,0 e porcentagem visual de controle, aos 14 dias após a aplicação do herbicida. O fator de resistência R/S foi de 16,66, quando baseado na redução percentual da biomassa seca, e de 20,26 quando baseado na porcentagem de controle. Sendo assim, o biótipo R tem um alto grau de resistência, maior que os já relatados na literatura, que estão em dimensões menores que 10. Alto grau de resistência pode indicar que os mecanismos de resistência ao glyphosate neste biótipo são resultantes de alteração no sÃtio de ação ou super expressão gênica, e não do metabolismo, como geralmente ocorre em plantas daninhas com baixos valores do fator R/S. Para determinação destes mecanismos há necessidade de novos estudos. Conclui-se também que o manejo deste biótipo deve estar fundamentado em herbicidas alternativos ao glyphosate, pois incrementos na dose de glyphosate provavelmente não são viáveis economicamente.